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O que é Carnismo? E Carnista? Descubra a Origem e o Significado.

por veganizadores

Os termos carnista e carnismo são até que recentes e tem muita gente usando errado. Descubra o real significado e a verdadeira origem.

DE ONDE VEM OS TERMOS?

No livro “Por que amamos cachorros, comemos porcos e vestimos vacas: uma introdução ao carnismo” (2011, com tradução de 2014), a autora Melanie Joy P.h.D em psicologia nos apresenta aos termos carnismo e carnista, hoje tão usados no meio vegano.

Muitas pessoas hoje consomem carne, certo? Mas será que essas pessoas consomem realmente por terem optado por isso? Por terem escolhido viver assim sabendo tudo que envolve seu “estilo de vida”?

MAS AFINAL, O QUE É CARNISMO?

É o sistema de crenças que nos condiciona a comer certos animais. Simples assim.
Atualmente, as pessoas comem carne não por necessidade, mas porque “optaram” comer, seja pelo sabor ou por acreditar que seu valor nutricional é insubstituível, sem ir a fundo e refletir sobre a questão.

Isso não significa que todos os animais onívoros do mundo são carnistas. Ser onívoro é basicamente ter aptidão fisiológica para ingerir tanto frutas, vegetais, quanto carnes.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE SER ONÍVORO E SER CARNISTA?

O termo onívoro descreve a constituição biológica, enquanto o outro, uma “opção” filosófica.

O grande problema apontado aqui é o fato da não reflexão do por que algumas espécies são “para comer” e outras “para amar”. Afinal, refletimos sobre tudo na vida, desde os cosméticos que compramos, as roupas que vamos vestir, os lugares que vamos frequentar, mas não refletimos sobre o que estamos ingerindo.

DISSONÂNCIA COGNITIVA

E essa não reflexão tem um nome: dissonância cognitiva. Parece um palavrão, mas a explicação é bem simples – dissonância cognitiva é quando realizamos uma ação que entra em contradição com nossas crenças.

Nesse caso, o ser humano tenta encontrar coerência em suas cognições, entrando em conflito com o carnismo (eu amo os animais, mas eles são mortos para que eu possa comê-los. A vaca é bonitinha, tenho vontade de fazer carinho, o bezerrinho então, nem se fale, mas eu os separo só pelo prazer de beber leite).

COMER CARNE E OS 3 N’s

Chamamos de “opção” (entre aspas) o fato de pessoas comerem carne, por que basicamente fomos condicionados a isso durante toda a vida, sem nunca ter um espaço para refletir se é algo necessário, se é algo que queremos .

Comer carne é tido como NORMAL, NATURAL E NECESSÁRIO (o que a autora chama de 3 n’s), que não passam de mitos das instituições e indústrias tentando legitimar esse pensamento.

A Associação Médico Veterinária Americana, por exemplo, compactua com o modo de criação em confinamento, alegando que existe sim o bem-estar daqueles animais. Pessoas são frequentemente diagnosticadas com distúrbios alimentares por decidirem não ingerir mais animais ou insumos de origem animal, enquanto pessoas que não comem diversos legumes, verduras e frutas são vistas como “normais”. E acima de tudo, a indústria do agronegócio (voltada a exploração animal) que visa o lucro e somente o lucro.

Foi exatamente para podermos ter essa reflexão que os termos carnismo e carnista foram criados. Basicamente, ideologias arraigadas no sistema, só permanecem assim por serem “invisíveis”, não terem nome. Se não tem nome, não temos como falar sobre elas e não podemos questioná-las.

Como se alimentar de carne é visto como normal (sendo ético ou não), sempre foi muito fácil entenderem o que significava ser vegetariano ou vegano, já que infelizmente, fazemos parte da minoria, enquanto quem se alimenta de carne, nunca teve um nome que definisse.

A alimentação com base em carnes é vista como um fato, como necessidade, em vez de uma opinião (como antes da Revolução Científica, onde se acreditava que o céu era constituído de esferas celestes que giravam em torno da Terra, e estavam errados).

A INDÚSTRIA DA CARNE E O ESPECISMO

No fundo, todos sabem como funciona básica e rasamente a indústria da carne, mas preferimos não ir a fundo no assunto, justamente por sermos vítimas de um sistema que nos roubou a liberdade de pensar por nós mesmos e agirmos de acordo. Afinal, se somos onívoros e somente onívoros, não carnistas, por que comemos tranquilamente vacas, porcos, carneiros, peixes, mas não comemos nosso cachorro ou nosso gato? Qual a diferença fundamental entre eles?

E é aí que vem o especismo e além disso, o bloqueio da empatia com certas espécies, onde alteramos a percepção que temos de certas espécies para comermos sem sofrermos por isso (um tipo de entorpecimento psíquico, onde nos desconectamos mental e emocionalmente da nossa experiência), já que podemos tranquilamente fazer carinho em nossos cães e gatos, enquanto comemos bacon, um filé, de um ser tão senciente quanto nossos companheiros.

Em suma, podemos citar a frase muito conhecida pelos veganos: “se os matadouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos” do Paul McCartney e o carnismo nos faz entender isso, essa invisibilidade da indústria da carne, de todo o bloqueio de empatia que o sistema gera em nós.

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